Pode ser clichê, mas é inevitável me apresentar com
frases já conhecidas no mundo da gastronomia. Desde pequena, amo cozinhar.
Minha avó foi uma grande cozinheira, e eu ficava na ponta dos pés para vê-la
pilotar o fogão. Brincava com forninho, panelas e ingredientes, às vezes imaginários.
Fazia bolinhos com... terra. Na minha infância, só dormia depois que minha mãe
lesse algumas receitas. Eram minhas canções de ninar. Passávamos as noites
folheando livros ilustrados, imaginando se tal prato era bom ou que gosto
teriam os ingredientes.
Uma de minhas avós, italiana para lá de descolada,
fazia massas e pães à mão até pouco antes de morrer, aos 97 anos. Minha outra
avó foi uma grande festeira. Herdei dela inúmeros cadernos de cozinha.
Por esses e outros motivos me joguei na Europa aos 18
anos atrás do meu grande sonho de aprender a cozinhar. Passei por grandes chefs
e acumulei muitas estrelas descascando batatas. Foram quase sete anos em
restaurantes até descobrir minha segunda paixão: as festas!
E, por falar em festas, o Natal vem chegando. Com ele,
a ceia, uma mistura de origens e sabores. Cada casa tem sua tradição, mas vamos
combinar: alguns pratos, como o peru, o tender ou o bacalhau, não podem faltar.
Além de, é claro, o panetone e a rabanada.
Todos
os anos, já em julho começo a pensar como inovar o menu da próxima ceia. Mas,
por mais que eu tente, um prato tradicional é sempre a pedida da vez. Como o
show do Roberto Carlos no dia 24: irresistível!
Não é porque amamos os mesmos pratos que é fácil
prepará-los. Dá um trabalhão organizar uma ceia de Natal, sem falar no tempo
que precisamos arrumar em meio à correria de final de ano. Quem não tem a nona
em casa para se encarregar do banquete sabe disso.